Um piloto da easyJet fez um loop no ar na noite de segunda-feira, 27 de fevereiro, para mostrar aos passageiros a espantosa aurora boreal que pintava o céu.
Adam Groves, um passageiro que se encontrava no voo desde Reykjavik até Manchester conseguiu tirar algumas fotos que mostram o céu desenhado em tons de verde, roxo e rosa.
O fenómeno foi de tal maneira espetacular que motivou o desvio de um avião — não por causa de quaisquer problema no tráfego aéreo, mas porque o piloto do voo AY488 da Finnair, que ligava Kuusamo a Helsínquia, na Finlândia, decidiu alterar ligeiramente a rota do Airbus A319 e fazer um pequeno loop sobre a cidade de Puolanka para que os passageiros tivessem uma vista privilegiada para as auroras boreais.
I was on the same flight got some great pictures! pic.twitter.com/uQbVaPODtF
— Røśš Stîçkå (@STICKA84) February 28, 2023
O FlightRadar registou a trajetória do avião e confirma o relato do passageiro: o piloto fez mesmo um loop em cima do oceano e pode ver-se o local exato onde o avião virou.
As auroras boreais são comuns nas regiões mais próximas do Ártico, sobretudo na Escandinávia, e até chegam a abrilhantar as noites do norte britânico. Desta vez, o fenómeno foi diferente porque também se registou em Kent e na Cornualha — cidades mais a sul do Reino Unido onde este tipo de espetáculos não é habitual. Os avisos vermelhos continuam ativos, por isso é possível que as auroras regressem esta noite.
Desta vez, as auroras boreais foram visíveis mais a sul por causa de perturbações infligidas no campo magnético da Terra. Normalmente, estas luzes são visíveis numa banda em torno do planeta que se chama “annulus” e tem cerca de 3.000 quilómetros de diâmetros. Mas o impacto do vento solar, que viaja a 1,6 milhões de quilómetros por hora, “pode fazer com que o anel se expanda, trazendo a aurora para latitudes mais baixas”, explicou o instituto de meteorologia britânico.
As cores das luzes exibidas dependem das moléculas da atmosfera que são atingidas e da altitude a que estão. O oxigénio emite luz verde quando está a cerca de 96 quilómetros de altitude, mas pode ser vermelha se as moléculas estiverem a entre 160 e 320 quilómetros. O azoto, quando está em altitudes mais elevadas, reflete tons mais arroxeados. Mais a sul, emite cores azuis.
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