Pílula experimental faz desaparecer o cancro em um terço dos doentes com leucemia

Pílula experimental faz desaparecer o cancro em um terço dos doentes com leucemia

Os doentes terminais com leucemia que não respondiam ao tratamento têm agora esperança de uma cura. Chama-se revumenib e é uma pílula experimental que pode salvar muitas vidas.

Um avanço na luta contra a leucemia

Pacientes com leucemia terminal que não respondiam aos tratamentos convencionais encontraram uma nova esperança na cura graças à revumenib, uma pílula experimental. No âmbito de um ensaio clínico realizado nos Estados Unidos, este medicamento eliminou totalmente o cancro em um terço dos participantes.

Revumenib: a promessa de uma solução inovadora

Dr. Ghayas Issa, médico do MD Anderson Cancer Center da Universidade do Texas e coautor do estudo, mostrou-se entusiasmado com os resultados obtidos pelos pacientes que receberam o medicamento. Segundo ele, a revumenib erradicou as células de leucemia da medula óssea em aproximadamente metade dos pacientes.

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Como atua a pílula revolucionária?

A leucemia mieloide aguda (LMA) é um cancro que afeta a medula óssea, responsável pela produção de células sanguíneas, provocando a proliferação descontrolada de células defeituosas. O revumenib é uma terapia inovadora para a leucemia aguda, que inibe a proteína menin. Através da reprogramação das células de leucemia em células normais, o medicamento promove a remissão do cancro.

Resultados promissores e desenvolvimento acelerado

Os resultados do ensaio clínico, publicados na revista Nature, demonstram que 53% dos pacientes responderam ao revumenib, sendo que 30% alcançaram a remissão completa. Em dezembro de 2022, a US Food and Drug Administration concedeu ao revumenib a “designação de terapia revolucionária”, visando acelerar o seu desenvolvimento e revisão regulamentar.

Não é uma cura para todos os casos

Apesar do avanço significativo, o revumenib não é eficaz para todos os pacientes, sendo indicado apenas para um subgrupo específico de leucemias. O medicamento tem como alvo a mutação mais comum na LMA, o gene NPM1, e uma fusão menos frequente chamada KMT2A. Estas mutações ocorrem em cerca de 30 a 40% das pessoas com LMA.

Impacto significativo e efeitos colaterais controláveis

Embora o revumenib apresente efeitos colaterais, como a interferência no sistema elétrico do coração e a síndrome da diferenciação, estes podem ser geridos com sucesso através da redução da dose ou suspensão do tratamento.

Estudos futuros e otimismo entre os investigadores

Segundo a EuroNews, o estudo encontra-se ainda numa fase inicial e os resultados são preliminares. Um estudo da fase II, focado na eficácia do revumenib, está em curso. O objetivo futuro é combinar esta pílula com tratamentos padrão para as leucemias agudas, aumentando a esperança dos pacientes e profissionais da área médica.

Mais informações aqui: nature.com

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