O fenómeno conhecido como Síndrome da Hiperemese por Canabinóides (SHC) tem vindo a ganhar destaque, especialmente em regiões onde a marijuana foi legalizada. Este distúrbio, caracterizado por vómitos incontroláveis, foi identificado pela primeira vez no início dos anos 2000 e está a tornar-se mais prevalente em vários países.
Quando os utilizadores consomem marijuana, introduzem quantidades significativas de canabinoides no sistema endocanabinoide. Esta sobrecarga pode levar a uma desregulação no controlo natural do corpo sobre a náusea e os vómitos, resultando na síndrome. A condição afeta particularmente consumidores frequentes, sendo mais comum em pessoas mais jovens.
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O vídeo “Será que Legalizar a Erva foi um Erro?” explora não apenas os sintomas da SHC, mas também as possíveis ligações entre a marijuana e o apetite, através da diminuição do mesmo e do impacto nos hormónios da fome.
Destaca-se também a preocupação crescente com o aumento de casos entre jovens com idades entre os 16 e os 24 anos. A única solução conhecida para a SHC é a redução ou interrupção completa do consumo de marijuana, uma tarefa desafiante, como podemos concordar.
O recurso a banhos quentes é uma pode ajudar a reduzir os sintomas. Ainda assim, deverás procurar ajuda médica especializada.
O impacto da marijuana no sono, humor, ansiedade e controlo dos vómitos, quando consumida em excesso, é também preocupante. Embora a legalização da marijuana não pareça ser revertida devido a esta síndrome, é ainda necessário compreender os seus potenciais efeitos, sendo por isso muito importante a continuação da investigação neste campo, mesmo após a legalização.
Os canabinoides são compostos químicos encontrados na planta de cannabis, como a marijuana e o cânhamo. O mais conhecido entre eles é o delta-9-tetrahidrocanabinol (THC), que é responsável pelos efeitos psicoativos da marijuana. Quando alguém consome marijuana, o THC é metabolizado pelo corpo e pode ser detetado em vários testes, incluindo aqueles que analisam a urina.
Os testes de urina para canabinoides são frequentemente utilizados para verificar se uma pessoa consumiu marijuana recentemente. O THC e os seus metabolitos podem permanecer na urina por um período de tempo variável, dependendo da frequência e quantidade de consumo, bem como do metabolismo individual. Em geral, o THC-COOH (um metabólito do THC) é o composto mais comum analisado nos testes de urina.