Um vídeo polémico publicado no canal “Republica Dos Bananas” (já removido) explica aquilo que, alegadamente, está a acontecer com algumas famílias de refugiados que se encontram em Portugal.
// Atualizado em 14/10179 às 10:46H
Depois da enorme polémica que o vídeo criou, a “Media Lab” do ISCTE-IUL, analisou o vídeo e concluiu que este é FALSO e sem fundamento.
Justificação: O vídeo em questão é composto por duas partes principais. A primeira é uma composição de imagens, com um comentário aúdio e a segunda é uma composição de vídeos do caso de Miranda do Corvo, com comentários em texto sobrepostos ao vídeo.
Na primeira secção do vídeo surgem uma série de memes, com sugestões de interpretação que ligam os refugiados ao vandalismo e ao terrorismo. Seguem-se alguns dados estatísticos desatualizados e incorretos. Declaram, por exemplo, que Portugal é o país da União Europeia com mais pessoas no limiar da pobreza. Nos dados relativos a 2017, havia pelo menos mais 4 países da UE com taxas largamente superiores à nacional.
A segunda parte, aprofundando algo que já tinha surgido no início do vídeo, assenta na ideia de que um refugiado recebe 600 euros, valor esse já refutado pelo Polígrafo que esclarece que existe um valor base, em que cada refugiado recebe cerca de 150 euros, bem abaixo do que recebe um reformado ou trabalhador com o salário mínimo nacional.
Nas notícias de Orgãos de Comunicação Social sobre Miranda do Corvo refere-se um valor algures entre os 500 e 600 euros mas trata-se de valores para o agregado familiar, composto por 5 pessoas. A declaração no vídeo de que mais de 2 milhões de portugueses vive com menos que estas famílias está incorreta.

Acresce ainda que o vídeo faz utilização seletiva de uma reportagem da sic notícias, e que o caso de Miranda do Corvo remonta a novembro de 2018, não existindo contexto que justifique a reciclagem do tema agora. Verificando-se que a produção do próprio vídeo também é recente, esse descontexto agrava-se ao próprio link e não só ao timing de partilha.
Por fim, destaque-se que o vídeo começa com um logotipo igual a duas páginas homónimas que se identificam como República dos Bananas mas que são oriundas do Brasil. Identificou-se ainda uma página com o mesmo nome ligada a Portugal, com apenas 125 gostos e uma imagética diferente da do vídeo mas que foi criada a 11 de setembro de 2019. Poderá haver ligação entre os produtores do vídeo e as páginas brasileiras ou tratou-se apenas do “furto” de imagem.