Esta manhã ouvi na Rádio Comercial uma história incrível partilha pela própria PSP. Acho que é difícil para qualquer pessoa não se emocionar ao ler.
A história emocionante vivida entre um cidadão e um agente da PSP está a emocionar a internet, depois de Vítor Martins Romão ter publicado o desabafo na sua página pessoal do Facebook, na terça-feira, e que acabou por ser partilhado na conta da Polícia de Segurança Pública na mesma rede social.
O condutor, Vítor Martins Romão, conta o momento de aflição que viveu e como foi ajudado por um polícia que circulava numa mota em Lisboa.
Este pai começa por explicar:
“Antes de mais, a minha guerreira continua a lutar de forma brava, 24h depois da cirurgia. Ontem, quando estava a regressar a Lisboa, vindo de uma rápida ida a Grândola, recebi uma chamada da Renata, aflitíssima, porque lhe tinham ligado do Hospital de Santa Maria a solicitar presença urgentíssima de um de nós. Faltava assinar o termo de consentimento, para o procedimento anestésico da Margarida, e ela encontrava-se no bloco operatório em espera, para a tão urgente e vital cirurgia.
Escusado será dizer que, após ligar os 4 piscas, a minha condução passou para o modo WRC, na versão Pai Aflito. Tenho esperança, de não ter colocado em perigo os condutores que apanhei, mas talvez tenha feito por queimar pontos para 2 cartas de condução. Algures na cidade, quando olhei pelo retrovisor, tinha uma moto da PSP a mandar encostar. Assim fiz”.
Depois de ser mandado parar pelo polícia, Vitor Romão relata:
“O agente dirigiu-se e após continência, pediu-me os documentos e perguntou o porquê da marcha de urgência e do tipo de condução. Ao que respondi, que tinha uma filha à espera num bloco operatório de Santa Maria, e que ele tinha 2 opções: ou me prendia já, ou eu ia seguir e na mesma condução. Obviamente, não estava o mais sereno, e as lágrimas correram-me, num misto de aflição e nervoso. Calmo. Sem sequer tirar o capacete, nem pegar na carteira dos documentos, que lhe estava a dar, apenas me disse: “respire fundo, acalme-se o que lhe seja possível e siga-me”. Saiu em direção à mota e escoltou-me até Santa Maria”.
Com a missão cumprida, o agente inverteu a marcha, fez continência e seguiu o seu caminho:
“Em frente ao portão principal, voltou a fazer continência e seguiu. Fiquei sem palavras. Nem nome, nem cara, sequer. Apenas o senhor polícia da mota. Talvez fosse isso mesmo que ele quis dizer. Ele foi apenas a Polícia. Foi apenas a instituição que representa. E eu e a minha filha, os cidadãos que ele jurou defender. E existem muitas formas de defender. Algumas nem vêm nos cânones, outras vêm nos cânones e são humanamente infringidas.
Obrigado senhor polícia, em nome, da minha família, do meu País, que tanto precisa. Jamais o esqueceremos”.