João Nascimento notou a falta de ventiladores e procurou soluções. Menos de 24 horas depois, mais de 500 especialistas já debatem alternativas e apontam soluções possíveis, graças a este português.
Tudo começou com um simples tweet: “Estamos a trabalhar em ventiladores [em formato] open source para alcançar uma solução rápida e fácil que possa ser reproduzida e montada no local, em todo o mundo. Se tem algumas capacidades que pensa que podem ajudar, junte-se a nós no projectopenair.org“.
We are working on open source ventilators in order to have a fast and easy solution to be reproduced and assembled locally worldwide.
If you have any skills that you consider might help, join us @ https://t.co/nw526T4mgh#projectopenair please RT and share ?? #TogetherWeRise— Joao Nascimento (@jonisborn) March 11, 2020
A resposta chegou rapidamente de todo o mundo. Cientistas, médicos e especialistas de diversas áreas ofereceram-se para trabalhar no Project Open Air. Em menos de 24 horas, já tinha recebido respostas de mais de 500 pessoas e na tarde desta sexta-feira, cerca de 38 horas depois, o número subiu para 900.
O problema dos ventiladores surgiu com o encerramento de grande parte das cadeias de produção do equipamento — a maioria delas sediadas na Ásia — que não está a chegar aos países que dele necessitam para tratar os seus doentes. Em Itália, o país europeu onde o surto de Covid-19 já fez mais vítimas, muitos pacientes que necessitam de auxílio respiratório não estão a ser entubados por falta de recursos — e o número de mortes já ultrapassa os mil.

Face à situação, o português de 40 anos que está a estudar Neurociência e Filosofia em Harvard, nos Estados Unidos, encontrou no Twitter dois ingleses que já tinham feito alguma pesquisa para tentar encontrar uma solução e juntaram-se na plataforma Slack para reunir informação. Em poucas horas, João Nascimento criou o site para o projeto e publicou o tweet.
A resposta avassaladora e inesperada reuniu numa sala virtual centenas de engenheiros, cientistas, médicos e advogados que querem contribuir para o projeto. “A própria Slack teve de aumentar a capacidade e ofereceu-nos uma conta premium quando percebeu o que estávamos a fazer“, revela João. A equipa que reuniu já ultrapassa a capacidade máxima cedida normalmente pela aplicação.
Esta plataforma sediada em São Francisco, nos Estados Unidos, serve como uma ferramenta de trabalho online para equipas, em que é possível criar diferentes canais para desenvolver ideias, partilhar ficheiros, informações e debater os assuntos.
A proposta do Project Open Air para resolver a falta de ventiladores é criar um protótipo que possa facilmente ser reproduzido localmente em todo o mundo e responder de forma rápida e eficaz à necessidade crescente de ventiladores. Assim, o próximo passo é chegar a uma implementação prática.
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