Após ter criado válvulas para ventiladores através de impressão 3D em menos de seis horas, a empresa italiana Isinnova regressou com uma nova ideia: transformar máscaras de mergulho da Decathlon em ventiladores.
O produto já foi testado num doente nos cuidados intensivos num hospital italiano e resultou. Agora só falta ser aprovado pelas autoridades de saúde.
Tudo começou há cerca de duas semanas, quando a Isinnova, uma pequena startup italiana de engenharia, recebeu um pedido da ajuda de um hospital em Chiari, na região de Lombardia, a mais afetada pelo novo coronavírus em Itália.
Os profissionais de saúde precisavam urgentemente de válvulas de ventiladores para salvar os pacientes que precisavam de oxigénio e o fabricante não conseguia fornecê-los com a rapidez suficiente.
Foi assim que desenvolveram uma versão impressa em 3D da peça que o hospital precisava em apenas seis horas. A válvura venturi, que precisa de ser substituída a cada paciente, é ligada à máscara facial do doente para lhe fornecer oxigénio a um ritmo controlado e a uma concentração fixa.
A fácil resolução do problema chegou aos ouvidos de Renato Favero, médico e ex-diretor do Hospital Gardone Valtrompia, em Brescia, Lombardia, que propôs à empresa que tentasse contornar a falta de ventiladores para quem necessita de apoio à respiração.
E deu o conselho de usarem máscaras de ventilação a partir das de snorkeling. A Isinnova contactou a Decathlon e adaptou as máscaras “Easybreath”.
Em comunicado, a empresa explicou que ideia consistia em em construir “uma máscara de ventilação de emergência, realizada através do ajuste de uma máscara de mergulho já disponível no mercado”.
O protótipo, a que deram o nome de “Charlotte”, foi então testado com sucesso no mesmo hospital em Chiari, a cerca de 40 quilómetros de Bérgamo, o epicentro dos casos em Itália. No entanto, diz a empresa, o produto foi projetado para ser aplicado apenas em situações de emergência e escassez de equipamentos, não estando ainda certificado pela autoridades de saúde italianas.