Depois de falir e cessar produção, a empresa dos arredores de Águeda que fabricou durante anos as míticas Famel XF-17, está de regresso à mercê do esforço de um grupo de engenheiros que adquiriram a marca e arrancaram já com a produção deste conhecido modelo, só que numa versão elétrica… apelidada de Famel e-XF.
Se a “original” Famel FX-17 vinha com um motor de 50cc a dois tempos a gasolina, esta nova versão o motor eléctrico fornece somente 5 kW, cerca de 6,9 cv, que não anda longe da potência da XF-17 com 50 cc, mas como fornece mais binário, para cúmulo a mais baixa rotação, deverá ser suficiente para lhe permitir atingir 70 km/h (ou limitada a 45 km/h para condutores mais jovens) e uma autonomia (estimada) de 70 km.
O motor está inserido no cubo da roda traseira, para evitar a corrente e as consequentes perdas, com a bateria a 72V com 40 Ah a garantir uma capacidade de 2,88 kWh. O pequeno acumulador é recarregável a partir de uma qualquer tomada, necessitando de 4 horas para ir de 0-100%.
A nova E-XF vem com dois modelos, a Café Racer (que dá para apenas um ocupante) e a Clássica (para dois ocupantes), podendo ambas funcionar com duas versões, equivalentes a cilindradas de 50 e de 125 centímetros cúbicos, com preços previstos entre os 4.499€ e os 5.899€.
O modelo de 50cc apresenta uma autonomia estimada de 70 km (podendo ir aos 120 km com uma segunda bateria) ao passo que a variante de 125cc, com duas baterias (cada uma de 1.8kWh), tem autonomia estimada de 120 km, indica a empresa. Já a carga total da nova Famel E-XF – dos 0% aos 100% – demora, em média, 5 horas a obter, segundo atesta a marca.
Ambos os modelos, na sua versão 125, têm também a versão exclusiva e limitada de Embaixador, numerada de 1 a 300, com detalhes de design únicos e que serão as primeiras a ser entregues no primeiro trimestre de 2023. O seu valor total previsto é de 5.499€. A entrega das restantes unidades Famel acontecerá no segundo trimestre.
Produzida pela primeira vez em Portugal, em 1975, em pleno período revolucionário, a Famel XF-17 foi mais do que uma motorizada, tornando-se um objeto de culto para essa geração nas décadas seguintes.
Mas acabaria por desaparecer em 2002 para só começar a ser relançada mais de uma década depois, em 2017, com o desenvolvimento de um novo produto, desta feita, elétrico. Isto acontece em consonância com as novas tendências de mobilidade sustentável e da chamada micromobilidade.