Bojana Danilovic pega no jornal ou em livros de pernas para o ar (dá para imaginar quantas vezes não foi abordada na rua ou olhada com estranheza). Tem o ecrã e o teclado do computador invertidos, no seu local de trabalho. Vê televisão com a aparelho equilibrado ao contrário — a família usa outro televisor — e com o telemóvel acontece o mesmo. Nos cadernos, escreve de baixo para cima.
Aos 29 anos, esta jovem da cidade sérvia de Uzice sofre de uma rara perturbação neurológica chamada “fenómeno de orientação espacial”: enquanto os olhos de Bojana vêem o mundo da forma certa, o seu cérebro vira as imagens ao contrário. Assim se explica a necessidade de virar tudo de pernas para o ar.