Já te apeteceu largar tudo e viver uma vida completamente nova? Alguns estudos indicam que as gerações mais jovens sentem muito esta vontade, apesar de a concretizarem muito pouco. Certo é que somos hoje uma geração agarrada ao smartphone, às redes sociais e ao que elas promovem. E isso faz com que esqueçamos muitas vezes as coisas simples e muito boas da vida. Como um passeio à beira mar, uma trilha no bosque mais verde ou simplesmente sentar numa mesa com amigos e rir até doer os abdominais (sem telemóvel, ok?).
Se és dos resistentes, aquelas pessoas que insistem em ter essa conexão com a natureza e com os amigos chegados, ficas a saber que estás numa lista cada vez mais pequena. Mas, lembra-te, nunca estarás sozinho.
Todos já ouvimos uma ou outra história de alguém que mandou tudo f**** e foi curtir a sua vidinha para outro lado. É preciso alguma coragem? Claro que sim, mas sem risco não vives as experiências mais doidas da vida.
Se estás na corda bamba para cometer uma ‘loucura’ destas, ficas a saber que aqui ao lado há uma aldeia que oferece alojamento e trabalho, com um custo de apenas 10€ por mês.
Sim, estás a ler bem. Irueste, na província de Guadalajara, a 50km de Madrid, tem apenas 80 habitantes, número que reduz a metade durante o período de inverno. O objectivo desta iniciativa é chamar gente para habitar o local, ajudando dessa forma a manter ‘vivos’ os locais e serviços daquela pequena freguesia.
Nós, por cá
Este não é um caso isolado. Assim como sucede em Portugal, em Espanha as pequenas aldeias do interior também sofrem com a desertificação. O motivo é o mesmo: os jovens partem em busca de melhores condições nas cidades, deixando para trás uma população envelhecida.
Por outro lado, os tempos de pandemia permitiram também a muita gente fazer teletrabalho, o que promoveu também algumas movimentações de gente das grandes cidades, para locais mais pequenos no interior.
A resistência ao desaparecimento
Sabendo isso mesmo, a pequena aldeia espanhola de Irueste não baixou os braços e tem promovido várias iniciativas para manter as suas casas e ruas cheias outra vez, impedindo também que o comércio e serviços locais tenham um fim.
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O bar da aldeia, por exemplo, está de portas fechadas. É aqui que o município entra para oferecer alojamento gratuito a quem queira gerir aquele espaço. Este comércio era gerido por um casal que entretanto se reformou, o que levou a fechar um espaço que era designado como único para o lazer dos habitantes da aldeia.
A renda está estabelecida em 10€, com o acréscimo de 30% dos custos da eletricidade. Foi esta a forma que Pedro del Olmo, presidente da Câmara, arranjou para atrair novos donos para o espaço.
Mas há mais. Quem for eleito para gerir este bar, vai ainda ter direito a uma casa totalmente remodelada na Plaza de la Iglesia, com dois quartos, sala, cozinha e casa de banho. Um luxo.
Se também tens interesse em saber mais, ou até em submeter a tua inscrição para este espaço, podes fazê-lo para o email [email protected].
Parece um excelente exemplo que podíamos (e devíamos) ver repetido em muitas aldeias portuguesas, que vão sendo ‘abandonadas’ com vários locais de comércio com as portas fechadas.